segunda-feira, 2 de julho de 2012

E o amor, como anda?


- E fulano(a), como anda?

Em verdade, há muito tempo ouço essa frase e nunca me dei conta dela. Como as inúmeras vezes que ouvimos as mesmas coisas das mesmas pessoas e só um dia, lá muuuito tempo depois, é que a ficha cai e pensamos: "ah, então, era isso".

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Bem, a coisa é exatamente esta: não sou romântico. Aliás, nada. Ressinto-me, mas é o que tem. Sou assim. Não há desculpa. Talvez uma ou outra justificativa, mas nada relevante a ponto de trazer aqui. De toda sorte, creio que a falta de romantismo pode passar às vezes por desleixo com o sentimento (e nem digo com a relação).

Acabo de ver um filme (prefiro película, em espanhol mesmo, mas para não parecer babaca...!), um drama romântico hollywoodiano, desses de sessão da tarde. É óbvio que a estória contada no filme encontra-se romanceada para deglutição de paladares menos sutis. Mas, o que importa não é a qualidade do filme em si* (em que pese, o sorriso de Rachel McAdams ser um estrondo!), mas o que ele fez com algumas de minhas sinapses. É impressionante como, de repente: "ah, então, era isso"...

Onde deixamos de seguir em frente em nossas vidas (com as vidas alheias)? Não, não estou a falar de trabalho e dinheiro: de satisfação profissional. Estou a dizer de sensibilidade com o Outro. Em inglês acho que soa melhor: further-other sensibility (acabo de inventar!). Falo exatamente do seguinte: e o amor, como anda? É tanto movimento, tanta competição desenfreada, tanta preocupação com os próprios sonhos e vontades, que... parece que o tempo não dá para o amor (e o outro é um mero complemento, mais um objeto no meio do sótão narrativo que é a vida). Não aquele folhetinesco. Mas, o outro. Aquele em que o Outro é quem sobrevive e... você? Bem, você é apenas quem lhe dá a vida.

Sem abstrações: sempre achei meio grudento demais quem mostrava alguma nuance mais "further-other". Sem breguices, bem entendido. Passar por um determinado local e dizer: - Ei, lembra? Foi aqui que... Eu achava isso um tédio. - Ei, hoje é o dia em que completamos não-sei-quantos-anos de não-sei-o-quê. Achava um saco. De repente, venho liquefazendo algumas certezas: "ah, então, era isso".

Que seja bem-vindo. E que fique. Preciso de. E quem não precisa? Há que se doar independentemente da concretização do que se deseja. Só há uma vida e (acho que é a idade!) ela deve ser saboreada bem devargarzinho, se é que me entendem...



* O filme em questão chama-se The Vow (foi traduzido no Brasil como "Para Sempre"), inspira-se em fatos reais, e traz nos papéis principais o ator (?) Channing Tatum e a atriz Rachel McAdams (que sorriso, meu Deus!), os quais interpretam um casal, onde a esposa sofre de amnésia, depois de um acidente, e não consegue lembrar de nada a partir de determinado ponto, incluindo o casamento e a vida de casada. Só que este ponto é justamente aquele em que ela deu uma guinada e se transformou, mudando todo o rumo dos acontecimentos em sua vida. Não conto o resto. Assista a zorra!!
A estória real encontra-se aqui: http://www.dailymail.co.uk/femail/article-2100527/The-Vow-Real-life-story-couple-Hollywood-movie.html.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cheio ou vazio?


Meia noite e dez minutos de uma quinta-feira que se aproxima e, silenciosa, sem muito jeito, presencia uma certa náusea. Eu deveria estar feliz. Mas, carrego algo aqui, talvez nem tão fundo, que não sei dizer bem o que é, como se fosse um clichê, daqueles que se reprova, mas, ao cabo, sabe-se verdadeiro. Há uma certa falta de propósito nisso tudo? Ou há uma certa falta de mais-eu em tudo? Hoje li um poema de uma amiga virtual (que eu nunca vi e adicionei à minha lista de amigos porque temos o mesmo sobrenome), que, no precisar dos ditos, tombou ao chão o riso-amarelo, pedindo licença*?:



"[...] 
Neste raso mar e frio
Solidão à caneta
Texto repleto de brios
E a alma ali - vazia e cheia".
(C.R.)



Exatamente isso: vazio e cheio. Aliás, vazio OU cheio? O chegar me consome há alguns anos (cheio). Uma eterna sensação de estar-à-caminho (vazio). Mas, para onde, Deus meu? Aonde eu quero tanto chegar? E se eu já estiver aqui? São dúvidas comuns, eu sei. Momento total-clichê. 

Certamente que a estática das coisas me aborrece. No entanto, na dinâmica suspensa, não consigo fixar os olhos. E a divisa mais ampla prejudicada está. Sarar, é o que preciso. Urgentemente. Sarar-me de dicotomias. Ou vazio. Ou cheio. Vazio-cheio não colabora. O meio nunca me agradou. Radico. 




*e não é para isso que servem os poemas e as amizades, ainda que virtuais?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Não acredito em texto sem endereço. Sem remetente, vá lá. Não sem endereço.

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Quantas vezes tenho que pensar para dentro e deixar de gritar o que me vai passeando à galope na mente?

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Pessoas que sentam em cima do cérebro por vezes. Destas, para quê proximidades? A pergunta fica: meu Deus, pessoas são para acrescentar (pensar com acréscimos)? Talvez, radical (ismos...). Se é para ser assim, na latrina, meu bem. Vai com fé. Na latrina.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Em 2012, mais do mesmo e um pouco mais do que ainda não veio...

Aproveitando essa coisa de "ano novo, vida nova", idéias e projetos ganham força. Despir-se de roupas velhas dá mais trabalho do que se pensa, mas para vestir roupas novas é preciso ficar nu, sem temores. Vamos em frente. Uma das resoluções de 2012: fazer do blog um blog "de verdade". Vamos em frente, metamorfoseando...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Avessidades às avessas...

É a quarta vez que tento. Parece bobagem, mas a insistência é a bola da vez. Resolvi deixar de ser uma promessa e passar a ser realidade (pelo menos a minha). Acho que foi a lua de hoje. E a constatação da idade misturada à frustração da calvície. Será? Veremos...

Talvez eu goste mais do que odeie... Quem sabe?